Um apelo ao testemunho cristão e a uma maior medida de amor a Jesus Cristo. Esse foi o tom da pregação do coordenador nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação no ENF 2012, Onazir Conceição, durante a manhã de sábado, dia 28 de janeiro. Confira no artigo abaixo os principais tópicos e os questionamentos diretos feitos por ele durante a sua fala.
Por Onazir Conceição
Coordenador Nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação
Grupo de Oração Rainha da Paz
Coordenador Nacional do Ministério de Oração por Cura e Libertação
Grupo de Oração Rainha da Paz
Pra
começar esta reflexão, gostaria de lembrar que o primeiro milagre que
acontece quando somos desafiados a falar sobre a santidade é o fato de
um pecador, como eu, estar tentando converter outros pecadores. Também
explico que não venho aqui fazer uma nova proposta de santidade.
Não gostaria de trazer uma ideia de santidade que já estamos
acostumados a ver, aquela ideia retratada pelos artistas, nos quadros,
nas imagens etc. Nada de ideias de piedade e de tristeza, de pessoas
cabisbaixas. Não venho ainda para questionar a roupa que você usa, o
calçado, a cor do esmalte em suas unhas ou o corte dos seus cabelos!
Acho que isso é muito pouco. A santidade que buscamos não é aquela que
traz um rosto de sofrimento. Isso porque para ser santo não estamos
condenados a permanecer na fila dos derrotados; pelo contrário, fomos
eleitos para sermos vitoriosos!
No
entanto, ao abordar essa temática, confesso que tenho medo que esse
artigo encontre muitas pessoas resistentes, que não se interessam
sobre esse tipo de reflexão. Pessoas que creem estar numa fé
“madura”, num outro patamar, e que já não necessitam pensar a
respeito. Consideram isso um retrocesso na caminhada, porque ouviram
sobre esse assunto o suficiente. Vejamos o que diz a Palavra de Deus,
então.
Está escrito: “Ninguém te
despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fieis,
no modo de falar e de viver, na caridade, na fé, na castidade” ( 1Tm
4,12). Nesse trecho, São Paulo exorta o jovem Timóteo a tornar-se
modelo para os fiéis, pois santidade é graça do Espírito Santo, mas que
sugere o nosso empenho pessoal. Desse modo, se pode ver que Deus quer
me fazer santo do jeito que sou, do jeito que Ele me fez, com o meu
temperamento. Nosso povo é ávido de ver uma correspondência entre o que
pregamos e a nossa própria vida.
Nossas
palavras e vidas têm que ser modelo de santidade para o mundo. Às
vezes, por causa da nossa postura, somos segregados até dos próprios
familiares, porque nossos hábitos de servos de Deus são diferentes e
isso muito os incomoda. Irmãos, nós não podemos agradar a todos! E nem
sei se seria bom agradá-los (em determinadas situações). Nós não
podemos ser radicalistas, mas obviamente que haveremos de ser radicais.
Não podemos fazer as coisas que o “mundo faz”, não podemos participar
das mesmas festas, ter os mesmos hábitos, visto que somos separados
para Deus.
Isso acontece a partir
do momento em que eu me predisponho a dar uma medida maior de amor a
Jesus Cristo. É preciso que se cumpram as bem-aventuranças em nós. Para
tanto, a vida espiritual deve ser o caminho. Se eu não rezo, não tenho
visão espiritual, isso me leva ao relativismo. Assim, estaremos
fecundando a chamada “ditadura do relativismo”, como bem nos alertava o
papa Bento XVI no início do seu pontificado. Há muito tempo aprendi
com o ditado que “filho de peixe, peixinho é”. Vocês não acham que os
filhos de carismáticos deveriam ser igualmente “carismaticozinhos”? Eu
não posso ficar fazendo concessões aqui e acolá, nem mesmo com meus
filhos, sob pena de não conseguir testemunhar a Cristo Jesus.
É
até engraçado quando sou interpelado por pessoas me perguntando se eu
já assisti este ou aquele filme de sucesso. Fico pensando que se eu não
tenho tempo nem para coisas mais importantes, como é que vou parar
para ver filmes de todos os tipos? Não se trata de legalismo e de
alienação. Mas o meu objetivo é o céu, então tenho que me dedicar a
isso. Observo também outra coisa: tenho sido convidado para festas de
carismáticos, como casamentos e aniversários, e vejo que elas não
diferem em nada das festas mundanas, com as mesmas músicas, as mesmas
bebidas e assim por diante.
Santidade
é fazer a vontade de Deus. E agora eu pergunto: temos feito, de fato, a
vontade de Deus? Nos nossos projetos, está a vontade de Deus? Está a
mão de Deus? Nos projetos políticos, qual é a intenção ao lançá-los?
Quais são as nossas intenções, até mesmo ao pregar a Palavra de Deus? E
os nossos negócios, eles não deveriam seguir um padrão diferente dos
padrões do mundo? Cristãos carismáticos não podem praticar a fraude, a
informalidade para comprar e vender, tampouco “dar o jeitinho
brasileiro” para levar vantagem em tudo.
Tenho
observado alguns pregadores que dizem, por exemplo: “Estou falando,
mas sou fraco, não me tome por base”. Ora, se eu não sirvo de base,
então o que estou fazendo no púlpito? Não podemos ter medo de dizer
como o Apóstolo Paulo: “Sede meus imitadores” (1Cor 11,1a). O que me
identifica com servo de Deus não é que eu nunca caia, mas o fato de, se
eu cair, me levantar porque Deus é misericordioso. E quando falo de
quedas, nem estou me referindo àqueles pecados de outrora que
assustavam a opinião pública; estou falando de “pequenos” pecados do
dia-dia, pois, afinal de contas, não tropeçamos mais em “montanhas”,
mas sim em pequenos obstáculos.
A
santidade deve ser manifestada em nossas vidas, pois as pessoas devem
ver que há uma diferença em nós. Sou santo não porque uso uma cruz
deste ou daquele tamanho; não porque uso uma camiseta com esta ou
aquela estampa de piedade (eu também as tenho), mas porque mostro isso
com a vida, na caridade e na pureza. Certamente não devo querer ser
santo só para mostrar para os outros. O que deve acontecer é que, a
partir da nossa postura e da nossa conduta, as pessoas se sintam
atraídas para Cristo.
Para
finalizar, quero exortar cada um de forma direta: para de flertar com
aquela cervejinha, para de flertar com a sua TV e com a internet! Tenha
coragem de ocupar bem o seu tempo! Não brinque com essas coisas se
você quer uma vida de santidade. Se você tem áreas de fragilidade aqui
ou acolá na sua vida, cuide-se. O demônio conhece perfeitamente nossas
fraquezas e ele está sempre aguardando uma oportunidade para nos
derrubar, vigiemos, portanto.
Muitas
vezes as pessoas olham para nós e dizem que gostariam de ser iguais a
nós. Essa afirmação pode parecer um pouco pesada, mas é isso mesmo que
devemos ser, nos esforçarmos para ser: modelos! E você, quer ser
modelo?

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