Oração em línguas é polêmica, mas é um Dom do Espírito Santo!
Por Padre Luizinho no dia abr 27th, 2012 sobre Espiritualidade, Páscoa, SeminariodeDons, Seminariodevida.
O
Dom da oração em línguas: é um Dom dado a nós pelo Espírito Santo e o
primeiro a se manifestar. Dom para edificação pessoal, para
santificação, pois ele nos abre as portas do sobrenatural, da vida de
oração e da intimidade com Deus.
“Quando chegou o dia de
Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De
repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a
casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que
se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o
Espírito lhes concedia expressar-se” (cf. At. 2,1-4).

O primeiro dom que se manifestou foi o
de línguas. Em pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a orar, a louvar, a cantar numa
língua nova, a língua do Espírito. Alguns interpretaram o acontecimento
e disseram: ”Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e
nós estamos entendendo com o coração”. Outros estavam ali como
curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam
bêbados. Pedro explicou: “Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo à profecia de Joel”. O primeiro dom criou confusão.
O que é o dom de línguas? Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração.
E por que isso? Porque o Espírito Santo é a ligação entre o Pai e o
Filho. A oração é a comunicação entre o Pai e o Filho; o Filho que fala
ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece
dentro da Trindade é feita pelo Espírito Santo. O Espírito Santo é
oração.
Além disso, Ele é a ligação entre Deus
e nós. A oração que vai e a oração que volta. Quando somos introduzidos
no Espírito Santo, saímos cheios de oração, porque o Espírito Santo é
oração, uma oração de fogo, infalível.
Nós damos o combustível, que é o nosso
ar. Movemos nossas cordas vocais, movemos à boca, a língua, geramos
sons; e o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós.
Fornecemos a expressão palpável, mas quem dá o conteúdo, o fogo e a
oração é o Espírito Santo. Você não imagina o valor dessa oração!
Porque não somos nós orando simplesmente. É o Espírito Santo orando em
nós!
Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência.
Movimentamos as cordas vocais, soltamos
o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do
Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito
Santo.
São Paulo explica isso na Epístola aos Romanos, 8,26: ”Do
mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois
não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimíveis”. Portanto é um Dom para os humildes, que exige a humildade para recebê-lo e dele usufruir de seus frutos e graças.
Essa explicação é bem simples: ”gemidos
inexprimíveis”, quer dizer: gemidos que não podem ser entendidos, a não
ser quando Deus dá a interpretação.
Quando ora por seu filho ou sua filha,
você sabe exatamente do que eles precisam? Não. É por isso que o
Espírito Santo vem em nosso auxílio: porque não sabemos o que pedir,
nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e em nosso
favor, com gemidos inexprimíveis. Daí as maravilhas acontecem, porque é
o Espírito Santo orando dentro de nós, por nós. São Paulo continua:
“E aquele que perscruta os corações
sabe qual é a intenção do Espírito: com efeito, é segundo Deus que o
Espírito intercede pelos santos” (Rm 8,27).
1 – Dom Alberto Taveira fala da oração em línguas: Esclarecimentos solicitados pelo CONSEP, a pedido de Dom Rafel: Clique AQUI e leia a matéria completa.
1. “Benefícios” da oração em línguas:
Os carismas, sejam extraordinários ou humildes, são graças do Espírito
Santo que têm, direta ou indiretamente, uma utilidade eclesial,
ordenados como são à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às
necessidades do mundo. Carismas são “manifestações do Espírito para
proveito comum”. São dons úteis, instrumentos de ação, para servir à
comunidade.
Conceituação: a) “É um
dom de oração cujo valor, enquanto ‘linguagem de louvor’, não depende
do fato de que um lingüista possa ou não identificá-lo como linguagem
no sentido corrente do termo”. É uma linguagem a-conceitual, que se
“assemelha” às línguas conceituais. Não supõe absolutamente um estado
de “transe” para praticá-la, não corresponde a um estado “extático”, e
nem a uma exagerada emoção, permanecendo aquele que a pratica no total
domínio de si mesmo e de suas emoções, pois o Espírito Santo jamais se
apossa de alguém de modo a anular-lhe a personalidade.
b) É um dom que leva os fiéis a
glorificar a Deus em uma linguagem não convencional, inspirada pelo
Espírito Santo. É uma forma de louvar a Deus e uma real maneira de se
falar e se entreter com Ele. Quando o homem está de tal maneira repleto
do amor de Deus que a própria língua e as demais formas comuns de se
expressar se revelam como que insuficientes, dá plena liberdade à
inspiração do Espírito, de modo a “falar uma língua” que só Deus
entende.
2. O “falar em línguas”, consignado nas Escrituras comporta três modalidades:
a) a oração em línguas, de caráter
usualmente particular, pessoal, e que portanto não requer
interpretação. Embora de caráter pessoal, ela pode ser exercitada
também de modo coletivo, o que acontece nas assembléias onde todos
exercem o “dom particular de orar em línguas”, ao mesmo tempo;
obviamente, não supõe interpretação. No entanto, Deus – que ouve a
oração que milhares de fiéis lhe dirigem concomitantemente de todos os
cantos da Terra – por certo entende. Vale a intenção que está em nosso
coração.
b) Essa oração também pode ser expressa
em modalidade de canto, uma oração com uma melodia que não foi
pré-estabelecida. Também essa modalidade não requer interpretação. A
diferença em relação à modalidade anterior, é que aqui se trata de orar
em línguas, mas num ritmo não falado, de expressão e cadência musical,
de notas que se sucedem improvisadamente, numa modulação lírica com que
se celebram as maravilhas de Deus. São cânticos que brotam geralmente
nos momentos de louvor e adoração da assembléia, do grupo de oração, e
que pouco tem em comum com os cânticos eclesiásticos tradicionais, ou
também com os cantos de “composição artística”. Santo Agostinho,
comentando as palavras do Salmo “Cantai ao Senhor um Cântico novo”,
adverte que o cântico novo não é coisa “de homens velhos”. “Aprendem-no
os homens novos, renovados da velhice por meio da graça, pertencentes
ao Novo Testamento, que já é o Reino dos Céus. Por ele manifestamos
todo o nosso amor e lhe cantamos um canto novo. Quando podes
oferecer-lhe tamanha competência que não desagrade a ouvidos tão
apurados?… Não busques palavras, como se pudesses dar forma a um canto
que agrade a Deus. Canta com júbilo! Que significa cantar com júbilo?
Entender sem poder explicar com palavras o que se canta com o coração. Se
não podes dizer com tuas palavras, tampouco podes calar-te. Então,
resta-te cantar com júbilo, se modo que te entregues a uma alegria sem
palavras e a alegria se dilate no júbilo”.
c) Uma terceira modalidade do dom das
línguas é aquela de uso essencialmente público, que quando é
acompanhado do seu complemento, o dom da interpretação, tem como seu
propósito a edificação dos fiéis e a convicção dos descrentes. Aqui o
falar em línguas não assume o caráter de oração, mas de uma mensagem em
línguas, dirigida à assembléia e não a Deus, como é o caso da oração, e
que portanto requer o exercício do outro dom apontado por Paulo, o dom
da interpretação. O Espírito dá a alguém a inspiração de “falar em
línguas” em alta voz. Suas palavras contém uma mensagem espiritual para
um ou mais ouvintes. A mensagem permanece incompreensível, enquanto não
for interpretada. A mensagem interpretada assume, regularmente, as
características de uma profecia carismática, que, segundo S. Paulo,
edifica, exorta e consola a assembléia. Autores há que, em vista de
maior clareza, dão outro nome a esta forma de falar em línguas.
Chamam-na de “mensagem em línguas”, ou ainda de “profecia em línguas”.
Em oposição ao “falar em línguas” durante a oração, este dom não está
livremente à disposição da pessoa. Exige-se uma inspiração peculiar.
Muitas vezes, ela está acompanhada de outra inspiração, a saber, num
dos ouvintes que então “interpreta” a mensagem e a traduz em linguagem
comum, para a comunidade. O dom de “falar mensagem em línguas” é um dom
transitório manifestado vez ou outra nas reuniões de oração; e o Senhor
pode servir-se ora deste, ora daquele, enquanto que o dom da
interpretação geralmente é considerado permanente; é dom que pode ser
pedido na oração.
3. Quando se deve orar em línguas?
Só em atos próprios da RCC? Na TV para todos? Pode ser utilizada
durante a Santa Missa, como parece ter acontecido na Oração dos fiéis
nas missas de TV?
a) Sendo um dom do Espírito e um dom de
oração, ele deveria ser permitido onde sempre é permitido orar. Nos
atos próprios da RCC, o Documento 53, n. 25 da CNBB, já o levou em
consideração.
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