Vinde benditos de meu Pai!
Postado por: homilia
fevereiro 27th, 2012A homilia de hoje descreve o “Fim dos Tempos”, ou seja, o Juízo Final que é um tema tão antigo e atual com o qual a humanidade inteira sempre se depara. Dando uma passagem rápida no que dizem as três grandes religiões monoteístas verificamos que o tema é amplamente abordado em sua essência religiosa.
Assim, no Cristianismo, o tema está relacionado às obras de misericórdia que envolvem compromisso de amor a Deus e ao próximo e são fundamentais para se obter a Salvação. No Judaísmo, está relacionado às obras de piedade presentes no Antigo Testamento. E no Islamismo, o bem ou mal que se pratica com os irmãos são obras importantes para possuir o paraíso ou acabar no inferno.
Mateus, que é o evangelista que apresenta Jesus como o “Filho do Homem”, nos apresenta hoje um Jesus que se intitula e se declara realmente como Rei e Juiz da história da humanidade. Estamos diante do que São Paulo nos diz sobre o triunfo de Cristo, a vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte, pois “Ele é o Poder de Deus e a sua Sabedoria”(1Cor 1,24).
Jesus Cristo ressuscitado “vindo com poder e grande glória” (cf. Lc 21,27) assume as funções do verdadeiro Deus. Sua sentença é definitiva e eterna como o fogo eterno preparado pelo Pai aos anjos rebeldes. Ele está rodeado de todos os Seus anjos, que estão submissos a Ele em tudo.
Trata-se do Juízo Final ou do início de uma era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso Jesus, o Filho do Homem, será o juiz definitivo como vemos no texto. No segundo caso indica quais entrarão a formar parte do “Novo Reino” entre os gentios. Os escolhidos serão “os misericordiosos que alcançarão misericórdia” (cf. Mt 5,7), ou seja, os que agiram com compaixão aos necessitados.
Sobre o fogo preparado para o Diabo e seus anjos, devemos comentar que na época de Jesus não se esperava que o Diabo estivesse no inferno, porque sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu “Satanás cair do céu como um relâmpago” (cf. Lc 10,18). Portanto, o inferno não era sua morada, mas o fogo ou “lago de fogo” será o destino definitivo do Diabo (cf. Ap 20,10) ao qual será lançado quem não for escrito no Livro da Vida (cf. Ap 20,15). Talvez isso explique a influência do Maligno em nossa história.
A condenação final se dará, sobretudo, por causa dos nossos atos de omissão. Por outra parte, o Evangelho de hoje serve para responder à pergunta: “Como poderão salvar-se os que não conhecem a Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião?”
Obviamente, a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias também entre os cristãos porque “a fé sem obras está morta” (cf. Tg 2,17) e Paulo afirma que “o que tem valor é a fé que atua mediante o amor” (cf. Gl 5,6).
Portanto, lembre-se de que nos é apresentada a atualização da mensagem do Juízo Final que tem, por base, três dimensões: pessoal, eclesial e social, onde – de acordo com os ensinamentos de Jesus – as obras de misericórdia, praticadas em relação aos mais pequeninos, serão decisivas no dia do Juízo Final, quando o Filho do Homem julgará cada um de acordo com suas obras.
O “Último Juiz” virá. E o julgamento d’Ele será sobre o serviço que tivermos prestado aos nossos irmãos mais pequeninos. Ele chamará e congregará todos os que lhe forem fiéis e lhes dirá: “Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado deste a fundação do mundo, porque tive fome e me destes de comer…”
Será que você será um destes benditos? Se ‘sim’, parabéns! Do contrário, o tempo é este e a hora é agora para acertar o passo e, convertendo-se, seguir as pegadas do Mestre.
Padre Bantu Mendonça
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